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Inteligência coletiva
De acordo com Pierre Lévy, inteligência coletiva, ‘é uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em mobilização efetiva das competências. Acrescentemos à nossa definição este complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas, senão o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas.
Uma inteligência distribuída por toda parte: tal é o nosso axioma inicial. Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade’.
A cultura da rede ainda não está estabelecida, seus meios técnicos encontram-se na infância, seu crescimento não terminou. Ainda não é tarde demais para refletir coletivamente e tentar modificar curso das coisas. Ainda há lugar, nesse novo espaço, para projetos. As “infovias” e a “multimídia” não acabarão sendo apenas uma supertelevisão? Estariam anunciando a vitória definitiva do consumo de mercadoria e do espetáculo? Aumentarão o abismo entre ricos e pobres, excluídos e "bem posicionados”? É, com efeito, um dos futuros possíveis. Mas, se avaliássemos a tempo a importância do que está em jogo, os novos meios de comunicação poderiam renovar profundamente as formas do laço social, no sentido de uma maior fraternidade, e ajudar a resolver os problemas com os quais a humanidade hoje se debate.

São também características da inteligência coletiva o uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização. Assim, as produções intelectuais não seriam exclusivas de uma pessoa, país ou classe social isolada, mas dos crescentes coletivos que têm acesso à Internet.

As novas técnicas de comunicação por mundos virtuais põem em novas bases os problemas do laço social. Em suma, a hominização, o processo de surgimento do gênero humano, não terminou, mas acelera-se de maneira brutal. Porém, ao contrário do que ocorreu no momento do nascimento de nossa espécie, ou por ocasião da primeira grande mutação antropológica (a do neolítico, que viu surgir à pecuária, a agricultura, a cidade, o Estado e a escrita), temos agora a possibilidade de pensar coletivamente essa aventura e influenciá-la.
Segundo essa perspectiva, o professor do futuro desempenha o papel de estimular os alunos, facilitando a troca de informações e a construção do conhecimento a partir do debate e da crítica, aprendendo e ensinando simultaneamente. Com os recursos da Internet, fica cada vez mais fácil lançar mão dessas possibilidades para ampliar (no tempo e no espaço) a inteligência coletiva.
Como resultado de uma mobilização e integração dos conhecimentos globalmente dispersos, a inteligência coletiva tende a desconcentrar os poderes e valorizar a participação de cada indivíduo, resultando daí o reconhecimento e o enriquecimento cultural de todos.
A interconexão generalizada entre as pessoas tem chamado a atenção de teóricos. A inteligência coletiva só tem início com a cultura e cresce com ela. Pensamos, é claro, com idéias, línguas, tecnologias cognitivas recebidas de uma comunidade. Mas a inteligência culturalmente constituída não é mais fixa ou programada como a do cupinzeiro ou a da colméia. Por meio de transmissão, invenção e esquecimento, o patrimônio comum passa pela responsabilidade de cada um.

Fonte:

-Wikipédia

- Lévy, Pierre. A inteligência coletiva. São Paulo: ed. Loyola, 1998. ISB

Acadêmica: Rita de Cássia Neiva Trindade

Pólo: Espinosa

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